VARANDA
Deitei-me à rede na varanda fresca,
Provoca-me nostalgia o pensar,
E a brisa embalando o meu sonhar,
Que leva-me a tua presença.
Tristes olhos a incomodar com tamanha indiferença
Falta coragem, decisão e até, inspiração,
De levantar-me e seguir adiante, a prova incomoda;
Lamento a grande separação.
E assim, sonho o sonhar na distância.
A capacidade inexaurível dominadora
Sentimentos constrangem a renuncia
Continuando inda sim sofredora.
Não tenho em mente uma inspiração fingida,
Nem sei se conseguiria reluzir,
Trava em mim uma única batalha
De dizer-te o que só sei sentir.
Eis o que sinto, dentro do peito.
Registro a todos os instantes
Da palavra ora que excitante,
Com começo, meio e sabendo-se o fim.
Há lutas, embates, vivência...
A quem servir da inocência
Dessa luta sem se quer ter glorias,
Vivendo o anonimato de um mal real.
A ti, esperança se triunfar,
Restabelece o vigor do pensamento
Buscando a cada momento o ser - se existe ideal.
Mergulha na face que oculta
O raiar da aurora embevecida.
Revitaliza o sabor da existência
Sem conhecer a tal experiência
De poder novamente antecipar
Se o amor imitar o consciente
– Hei simplesmente amar.