Recado da insônia

Ontem a noite,

O sono me fugiu...

Se foi, partiu...

E deixou mil bobagens em seu lugar.

E eu fiquei ali a pensar,

Na escuridão do quarto,

Entre as cobertas quentes...

Esperando, paciente,

Que o sono fosse voltar.

Entorpecida, ficava a me revirar...

Mas adormecer?

Que nada...

Toda vez que o sono se avizinhava,

Fazendo minhas pálpebras pesar,

Algum devaneio me despertava.

E me virava

E me revirava,

Inquieta...

O dia me alcançaria,

Em breve,

E nada de dormir ou sonhar.

Nem mesmo o poetar,

Amigo tão constante nesses momentos insones,

Fazia companhia para mim.

Desisti, enfim...

E resolvi me levantar.

Uma madrugada gelada se estendia,

E eu vagava pela casa vazia,

Onde todos dormiam...

Menos eu, que estava a zanzar.

Diante de uma janela resolvi sentar

E observei o céu alterar suas cores...

Do negro pontilhado de estrelas,

Aos poucos, de ouro, vermelho e laranja se tingiu...

E magnífico, o sol enfim saiu,

Revelando as teias orvalhadas, na luz a brilhar...

E nessa hora silenciosa,

Entendi o recado de minha insônia...

Depois de tanta tristeza,

Tanta coisa medonha,

Era hora de ver o dia nascer...

De ter esperança,

De sonhar...

O mundo mudou,

Apesar de continuar o mesmo...

Me libertei...

É hora de recomeçar.

Zannah
Enviado por Zannah em 06/11/2008
Código do texto: T1270127
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