Voa, Arara, Voa!

Voa ‘gora p’ra longe...

Arara meiga – voa!

Fuja da paixão doida

Que em mim inda ecoa.

Voa, pois, p’r’o sul ou norte

Arara imaculada – os céus

Dar-te-ão leveza e graça...

Eu... provaria os lábios teus...

Voa, sim!... e voa logo

Arara formosa – me dói

Sem blandícia a visão tua...

Alma se esvai... coração se destrói!

Voa! e não me olhe de cima

Arara altiva – estrela

Fulgente que o peito agita

A um suspiro... uma piscadela...

Voa! e não me tenha piedade

Arara bela – ser-me-ia

Custoso à empáfia vê-la

Apiedada por mim... se seria!

Voa! livra-te de tua aflição

Arara cerúlea – esqueça

Teu ninho inculto!... que

Outro no lenitivo seio lhe floresça!

Dedicado a Lia.

Jack Fernandez
Enviado por Jack Fernandez em 31/10/2008
Código do texto: T1257557
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