POETA II
POETA II
Jardins desapareceram
Beija flores perderam vida
Acabou o líquido adocicado
Que segregam as plantas.
Primavera se foi
Ervas secaram
Flores caíram
Guerras não tiveram fim
Combate debalde.
Comemorações anuladas
Não brilhou o sol
A lua não refletiu
Estrelas desapareceram
Ausente é a luz.
Sonhos se perderam
Insônia...
Metas dissolveram
Métodos ineficientes
Objetivo inglório.
Nascentes secaram
Rios desprovidos
Desertos expandidos
Amor sem resposta
Total abandono.
Poeta em fase terminal
Melancólico...
Assassino dos versos
Transportado nas asas
De urubu
Blasfemando êxtase
Desvairado em terra podre
Disseram...
Verdade prevalece
Vivo...
Não somente nas letras
Alvas são minhas asas
Brancas como a neve
Suaves...
Como dos iluminados anjos.
Me transporto
Cotidiano
A elevado monte
Para Sião
Terra que mana leite e mel
Inabalável...
Daniel de Menezes Costa