Porquê?
Busco páginas uma a uma
como em revolução programada
procuro o meu eu, neste nada
sem vislumbrar a alvorada
Na trincheira onde me abrigo
por entre montes de tralha
revolvo qualquer palha
já nem temo o inimigo
E busco, busco quantas mais
páginas que a vida não me deu
nada de mim deste meu eu
como impérios perdidos em vendavais
A história feita por se contar
nobre batalha do desconhecido
horas de um tempo decorrido
onde as guerras se temem multiplicar
Há ainda um ténue brilho verde
dissipado dentro desta claridade
herói mutilado que se atreve
por entre a efusão da realidade
Porque procuro apenas
da página, o eu que não perdi
confio irá resnascer por aí
nesse rio de aguas calmas, serenas
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Poism para lá da procura, existe ainda o sopro da ilusão
Ginja