BELEZA

Para muitos a beleza é associada

A tudo que é novo

A quem é jovem

Enfim é belo o que não é corroído

Pelo tempo, pelo vento, pelas dores

O ser humano não deixa de ser belo

Simplesmente porque envelheceu

O tempo se encarregou de deixar suas marcas

Ele ontem, um lindo bebê

Hoje, um lindo menino

Amanhã, já um belo rapaz

E depois de amanhã, um belo homem

E com o passar dos dias

A velhice chegará, trazendo uma outra beleza

Uma beleza rara, superior

E porquê achas que ele não será mais belo?

Ele ficará mais belo ainda, em toda sua sabedoria

Em toda sua plenitude de vida

A beleza está contida neste belo ser

Seus atos agora voltam a ser infantis

Ele tornando-se quase uma criança novamente

E isto tudo é infinitamente belo

É de uma beleza incomensurável

Que é só você deixar de ser leviano

E parar um minuto para perceber

Que a beleza está em tudo

Na pequena, machucada, terrivelmente solitária

Parte de nós que não morre e se recusa a morrer

Se recusa se entregar

Ela nunca envelhece, não fica velha, não fica feia

Ela simplesmente sobrevive para todo sempre

Ela existiu, existe e existirá

Ela é bela e única

Quem afinal é ela?

Ela é a nossa alma

Que veio simplesmente nos dizer:

Eu sou, eu estou, eu existo

Eu sou eu, simplesmente eu

Uma alma que é bela

E está na beleza deste homem

Meu querido e amado avô!

VILMA PESSÔA
Enviado por VILMA PESSÔA em 10/10/2008
Código do texto: T1221988
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