RASGASTES

Rasgastes meu coração.

Em tiras o deixaste.

E ele coitado ficou como trapo desfraldado.

Balançando ao vento.

Vinha uma luz e o beijava.

E ele um pouco se animava.

Mas logo desanimava.

A luz chegava e o abandonava.

Vieram manhãs e tardes.

Vieram noites.

Frias, vazias.

E meu coração ali dependurado.

Querendo ser consertado.

Temendo outras dores como no passado.

O tempo tem este dom de tudo ir consertando.

Vejo muitas vezes meu coração cantando.

Por uma luz que insiste em continuar beijando-o.

A luz do teu olhar.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 25/09/2008
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T1195896
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