Simplesmente Margarida

Margarida não era flor, não era bebida.

Era somente uma pobre e doce menina.

Margarida tão protegida e tão cheia de regalias.

Morava em um castelo, feito de palha e argila.

Porém, um certo dia se perdeu em um emaranhado de fantasias,

que apagou seus sonhos e lhe tirou o que ela própria desconhecia...

A sensação de liberdade, agora já não existia.

Talvez nunca tivesse existido, mas só ela não sabia.

Margarida já não era pobre,

nem muito menos uma doce menina.

Havia mudado, isto ela já percebia.

A mudança era claro, como o sol de meio dia.

Margarida apesar de tudpo

Não era flor, nem muito menos uma bebida.

Tinha porte de dama, mais isto não lhe surpreendia.

Vivia em seu novo castelo, feito de concreto e muitas pratarias.

Tuido aparentemente ia bem...

Somente ela é que não se entendia.

Incorporou ares de mulher decidida, pois queria compreender

as razões de tudo, até dos seus sonhos,

que se perderam ao longo de sua investida.

Trabalho árduo que exigiu muito de Margarida.

Enveredava pela noite, sem dar trégua ao cansaço que lhe afligia.

Margarida tomou ciência de muitas coisas, menos dos porquês da vida.

Os quais lhe deflagraram muitas dores e raras alegrias.

Apesar de seu desalento,

não se tornou flor, nem bebida.

Pois ela tinha consciência de uma verdade:

Margarida rimava com vida.

E não podia ser Cinderela, nem continuar adormecida.

Em meio a primavera, Margarida amadureceu

e logo concebeu uma idéia:

De ir plantando sonhos onde houvesse uma cratera.

E foi assim que Margarida de tão importante

acabou lustrando o seu nome em flor, bebida e

sobretudo nas histórias de vida.

Léia Vieira
Enviado por Léia Vieira em 29/08/2008
Código do texto: T1152229
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