Meu íntimo
Sinto queimar-me o íntimo
Pela malha que o tempo tece
E sempre, sempre cresce,
Não se aquieta, não adormece
Somente fecha-se, afoga-se
Na solidão com meu eu
E as mágoas presas
Cada vez mais e mais
agigantam e me entristecem.
Sinto mexer-me o íntimo
Carregado de passado triste
Não se aquieta, mexe , remexe
Procura não quê de felicidade
Se desgosta e esgota de saudade
De um ponto de luz distante
E as mágoas presas pela ansiedade.
Sinto gritar-me o íntimo
Pela grandeza da liberdade,
Confidencias de amor
Imenso e acrescido no ardor
Dos bons tempos que virão
Sinto, agora, aquietar-me o intimo
Por aquietar meu coração.