O silencioso destino

OH, crepúsculo de gaza ouro,

Mande alguém cantar uma cantiga

Que é quase choro humano pelo ar.

Pensativo os olhos põem-se nas folhas,

Vidas que vão se extinguindo folha a folha.

A primeira é verde e linda,

Por que o vento a destruiu?

Não tinha vivido ainda...

Não tinha amado e morreu!

A segunda é a folha velha

Mal o vento a toca

Ela adormece no chão

Cai esmorecida.

O Vento do destino arranca

Do sorriso um ai

É o passado, a desilusão.

Oh folha velha!

Permita perfilar

Um novo tempo a descortinar

Em suas tantas miríades

Onde o orvalho silencia o destino

E na quietude do alvorecer

Haverá sonhos que se libertam das nuvens

Com seus 93 anos mamãe recitou uma parte dessa poesia que foi por ela declamada no colégio quando era menina. Eu a completei.

Marília
Enviado por Marília em 17/08/2008
Reeditado em 19/03/2015
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