Homens suam a cântaros para ganhar o pão
e se desdobram em dez para obter alegria;
se aquele almejam, suam e engravidam o chão
e no deleite desta sonham e se entregam à poesia
 


 

As aves nem trabalham mas sempre têm pão,
alguns homens, se o desejam, passam por agonia,
aram a terra, constroem pontes, pilotam avião,
escrevem livros, arrancam tocos, fazem poesia
 


 

No seu cotidiano as panificadoras produzem pão,
abençoada atividade imprescindível ao dia-a-dia;
os padeiros ganham o seu trabalhando para o patrão,
os boêmio se perdem na noite e se acham na poesia


 

 
Famintos, os mendigos sofrem a dor de não ter pão;
se houvesse igualdade isso jamais aconteceria:
eles teriam café, manteiga, carne e macarrão,
acesso à cultura, lar, diversão e à arte da poesia
 


 

Por séculos o homem tem se alimentado de pão,
obra bendida do Criador e senhor de toda sabedoria,
que, misericordioso, o entrega de mão em mão,
e, rico em saber e bondade, inspira também a poesia


 

 
Há quem, indiferente jogue no lixo côdeas de pão
sem pensar que com eles um ser humano sobreviveria;
negam comida ao órfão, enchem a vasilha do cão.
A esses não cumprimento nem mostro minha poesia
Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 29/07/2008
Código do texto: T1103516
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