NOITE FRIA
Óh vento que toca-me
nesta madrugada fria ...
És como o sopro da vida
Que se tem nas águas uterinas
Ah, ventania,
Vem tocar-me outra vez..
Nas tuas asas como as do albatroz,
Leva-me abordo,
enquanto calo a minha voz...
Juntos, ares a fora
Chegaríamos à distância de tudo
que me desdém, agora
Ah, vento...
Hei de ser tão leve quanto as plumas
que vem de encontro a este rosto meu...
E no término da viagem, seremos cúmprices
desse cenario do meu imaginário
Voa! E se minha voz não te soa
Ruges tu, nesse calabouço
De noite fria... Que fere a argúcia em mim.
( Áurea de Luz)