GAIVOTA

Gaivota

De asas, alvas, alteadas

Volvendo brisas e desfolhadas

Bico de mar a ondear

Parcas palavras em nau de amar.

Flocos doces delicados

Nesga em nérvea tempestade

Malmequer morte à saudade.

Nos azuis nortes irados

Pelos negros confessados.

Liberdade à liberdade!

Gaivota

De asas, feridas, quebradas

Pelejando dores dobradas

Em cada água a ancorar

Só tortura a desabrochar.

Na luta louca pelos fados

Pássaro paz e verdade

Penas de amor caridade.

Sob a Lua reservados

Estão silêncios encravados

Liberdade à liberdade!