Uma roseira

Uma roseira convidou-me a entender

O que tantos espinhos fazem no seu corpo frágil…

Tentou-me convencer que não existia maldade

Mas os meus olhos só viam rancores…

Tentou-me mostrar que não existia espinho

Mas a palavra espinho me incomodava…

Olhei para os olhos desta Rosa

Que há muito não era botão

E não percebi que os tais espinhos

Eram apenas crias de um antigo poeta

Mas pra ela, Rosa

Era o manto em noites de frio

Era o oásis no meio da imensidão desértica

Não, jamais entendi assim

Equivocado com versos antigos.

Mas foi a Rosa

E não o poeta

Que me convenceu a entender

A mansidão dos espinhos para com ela.

Nem pétalas caídas no chão

Tampouco uma flor em botão…