A POESIA NÃO MORREU
“ A poesia está morta “
Disse o poeta.
Não. A poesia não morreu.
Ela está lúcida,
Está viva nos pingos de orvalho,
No brilho dos olhos,
No vôo de liberdade
De um pássaro...
No olhar medroso de uma criança.
“A poesia está morta...”
Não, não está.
José Paulo Paes que me perdoe.
A poesia não morreu.
O sentimento de poesia
É que está morrendo!
A poesia continua viva
No coração da Terra que pulsa,
Numa estrela sem nome e sem número
De qualquer galáxia,
No coração do homem
Que ainda consegue ver o horizonte,
No coração da mulher
Que ainda sabe sorrir...e chorar.
Não. A poesia não morre,
Ela é imortal e vive entre
Borboletas, corações, luas e estrelas!
A poesia não está morta...
Mas o poeta está triste...
Já não tem eco a sua poesia;
Já não encontra inspiração nas suas musas;
Já não ouve a música das esferas...
A poesia não está morta,
Está sozinha e esquecida.
Esquecida até pelo poeta.
O poeta está triste...
O poeta está morrendo...
(José C. Ligeski/UEPG,1998)