Dêem me a palavra, senhores,
Dêem me a palavra!
Que eu preciso colocá-la na pele dos sentimentos
Preciso dar com ela, formas ao sentir disperso que anda
Nas cabeças,
Nas cabeças senhores,
dos sonhadores,
Pois deles é o reino do amor

....é preciso evitar que eles desistam!

Dêem me a palavra antes que ela caia
no vazio das sombras
Pois lá, será esquecida e mutilada.

Dëem-me a palavra
Que possa carregar o sentido de todas as coisas
Dêem- me a palavra, que eu farei versos
Para revelar os sentimentos que estão ilhados no homem
e ligá-los com o mundo
Pois não basta sentir.
Farei com elas, versos que possam mover os corações
Dos que amam e eles se multiplicarão, pois o amor é contagioso

Dêem-me a palavra, senhores
Que tratarei com ela, de mostrar a beleza das flores
Atrair a primavera no coração dos homens
Talvez faça também versos sujos de sangue
Porque meus versos, ainda impuros
Rasgam minha carne
Ao saírem de dentro de mim
E as dores que eles expressam são verdadeiras
Há para eles, a ressonância no carrossel
De aflições do mundo

Dêem-me a palavra e a lançarei ao mar
Como uma âncora aos que abandonaram a esperança
Dêem-me a palavra antes que seja amputada
Pelos falcões do medo

Dêem-me a palavra livre do ácido do ódio
Dos que cegam  e condenam
Dêem-me a palavra que não pertença
Aos donos da verdade
Quero as palavras que dançam na boca das pessoas simples,
Meladas de alegria e expontaneidade
Não quero as que enganam nem a que mentem,
Tampouco as que elogiam o progresso material
Ou que bajulam os conquistadores
Quero apenas as que falam de amor e de sonhos.

Dêem-me as palavras que nos trazem de volta à vida
Que leve todos a descobrirem a realeza dos sentimentos
Pois precisamos voltar a sorrir.
Isto é urgente !!!
Basta da lógica que ampara os resultados, só por hoje

Dêem-me a palavra, senhores,

Dêem –me a palavra !!
E eu tentarei ensinar o que aprendi nas travessias
Dos campos da alma dos passarinhos
E coagirei os sórdidos e enfrentarei os oportunistas
E não me curvarei diante dos ímpios
Mas tentarei mostrar-lhes
A grandeza da bondade

(Ela ainda mora na gente)

Dêem–me a palavra !!!
Esta espada quente,
Que farei dela,
Mãos que afagam
Que orientam
e que perdoam.






Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 27/06/2008
Reeditado em 08/09/2012
Código do texto: T1053854
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