Presença...
Sempre fui apaixonado pela dualidade
Do côncavo com o convexo... Complexo!
Gosto de desvendar os mistérios do sexo
De mergulhar no improvável...
De perscrutar o imponderável
Do diálogo da ausência...
No duelo com a presença
Fui e sou assim desde a nascença
Um homem público por mera opção...
Pouco desfrute do privado... A outra mão
Muito cedo... fui largado na imensidão
E agora vem o medo fustigar as ações
Recolher-me-ei na emoção da reflexão
Em simbiose com meu próprio coração
A eloqüência do silêncio como oração
Pulsa dentro do meu peito a confusão
Mas eu sou valente e não me entrego
Porque sei que é possível o aconchego...
Embora o ruído... Persista no castigo
Sinto os acordes da suave melodia
Querendo me orientar todos os dias
Garimpando versos meio transversos...
Que trafega à minha alma em impulsos
Para encontrar o rumo daquele beijo...
Reservado e cativado pelas esperas
Tanto minha quanto dela e as quimeras
Onde os lábios se abrem e se contraem
No renascer da ‘presença’ e ‘ausência’
Onde o amor fará a derradeira morada
Culminando a paz com a sua chegada
Encerrando assim... uma longa jornada
Hildebrando Menezes