CREPÚSCULO EQUÂNIME

CREPÚSCULO EQUÂNIME

Entre os dedos a cabeleira emaranhada.

No rosto, o sorriso maduro vibra

Com o canto de um pássaro sem asas

Que pousa em sentimentos frios.

É o retorno da luz em meus pensamentos

Escondendo a verdade

Atrás da orelha

Do livro da vida.

Mas viro-lhe a face

Se há de exibir punhos de ferro

Enterrados na lama dos quintais arcanos,

Moldando máscaras,

Para um discurso profano

E sutil que esconde o sadismo

De um triste enredo.

Armadilha pronta.

Aponta o aranhol em busca da escuridão

Oculta entre os duendes da noite

Que nunca veio.

Molho-me em teu perolado natural

Escorrendo genes

Que em mim se perdem

Enquanto um gemido entrecortado

Liberta-me.