O Lamento do Oceano

Sento-me à beira de uma estrada leve,

Com os olhos secos, com a chama da lembrança

esperançosa a iluminá-los, somente por hoje.

Junto-os e percebo que outrora foste tu,

demônio angelical, quem a mim tentou,

seu servo e pobre imortal.

Muito sofri por palavras que tua voz,

tuba noturna, sussurrou em meus ouvidos,

precipício profundo. Instalou ali o seu veneno

de dores em cores de todo mundo

Em suas mãos me encontro hoje,

amanhã, à hora da liberdade, estarei

longe num vagão de trem.

Apenas as luzes iluminarão meus olhos

e, a molhá-los com o luar, eu farei.

Raphael Semog Ribeiro
Enviado por Raphael Semog Ribeiro em 13/06/2008
Reeditado em 22/06/2008
Código do texto: T1032066
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