DE MÃOS DADAS COM O VENTO


Caminho... a passos errantes,
A estrada é tão erma!
A alma enferma,
Revolve-se em visões de Dante.

Coração não cabe em si,
Parece que vai explodir,
Não consegue se manter intacto,
É uma seara de cactos.

O medo é inevitável,
Insustentável,
Abraça-me fraterno,
Sou quase inverno,
Entre o céu e o inferno.

Um grito me sobrevém,
Fervorosamente rasga o além,
Um certo alívio estende-me o manto,
Pelo menos por enquanto,
Ameniza a angustia do ser.

E até sonho com uma nova alvorada,
Que você minha amada!
Virá de mãos dadas com o vento,
Numa carruagem de encantamento,
Para me socorrer.