O POETA E O VINHO
Os poetas não devem alimentar esperanças de ninguém
Porque, nenhum poeta pode experimentar
O sucesso, seria um ultlraje
Nem ufanar-se com a influência que possam ter no pensar dos outros
O reconhecimento do poeta é espesso e duvidoso
Se esconde nas brumas do futuro, alguns nunca serão descobertos
Os poemas são como vinhos guardados nas barricas de carvalho
Esperando pela maturação
O sabor será temperado pelo tempo e suas mutações, se sobreviver
O carvalho e o tempo podem enriquecer os vinhos de sabores e os versos de mais sentidos
Porém o tempo não dá ao vinho sabores que ele não tem, nem ao verso sentidos que nele não existe
Quando estão maduros ambos entorpecem e abrem as portas da percepção
Porém o tempo não é remédio para tudo, nem o carvalho
Muitos vinhos viram vinagres, muitos versos são ignorados merecidamente
Assim como muitos sonhos nunca saem das cabeças.