UM OLHAR DE ESPERANÇA

Essa noite sem lua, sem céu,
Esse pirilampo vagando ao léu.

Essa vontade de elevar a voz,
Desatar todos os nós;

Que limitam o meu viver,
Faz minha imagem se perder.

Essa cruz que sobrecarrega meus ombros,
Que resulta em inconstantes tombos.

Negar a mim mesmo Senhor? Missão angustiante,
Não, não é tão fácil ser um fiel caminhante,

No vale sombrio da morte,
A escuridão é intensamente forte.

Às vezes, penso em desistir,
Deixar a descrença me invadir.

Perdão Senhor! Por pensar assim,
Esse eu sem mim, esse sim no não, esse não no sim.

Coisas de uma natureza humana,
Do crer e não crer que emana,

De uma alma em desalinho,
Sem ter ninguém para compartilhar do vinho.

Ah! Essa lembrança de um amor verdadeiro,
Sacrifício mudo do cordeiro.

Enche de esperança meu olhar,
E na noite sem lua; só eu vejo o luar.

Incontido; ponho-me a chorar.