Poema de um Suicida

Todas as horas me são infinitas
Posto que a dor que sinto é a maior que existe.
Eu, louco trovador dessa vida, acho-me suicida.

Distante de querer continuar na circunstância que persiste,
Os minutos (ninguém jamais pensaria) também tornam-se preciosos
Para avaliar a tragédia degustada, mas não engolida;
Para questionar a existência do mundo e sua corrida;
Para achar ou perder a razão.

Os ponteiros contam os últimos segundos importantes
E batem no compasso firme da solidão.
Impreterivelmente a dor do mundo me isola
Do desejo de viver como vivo nesta ocasião.

Isolado de vez das fantasias, dos sonhos e alegrias
Que tanta gente diz que sente e eu não,
Envolvo-me no manto da agonia
E, perdendo a noção do tempo e do espaço,
Faço-me o Não.

 

Blogtree

www.oscarcalixto.com/blogtree

 

NOTA: Este poema foi criado como exercício feito a partir de estudos que tenho feito a cerca do suicídio, considerado o mal deste século. Para o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, "O suicídio é uma negação de enfrentamento. O suicida não deseja a morte... Ele quer a vida, mas se mata por não conseguir conviver com a realidade que enfrenta."

Oscar Calixto
Enviado por Oscar Calixto em 27/05/2008
Reeditado em 29/05/2023
Código do texto: T1008033
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.