TRIBUTO À LIBERDADE

O poder é efêmero qual sua rigidez,

Por vezes inconstante e passageiro.

Na arte da política e da insensatez...

Uns pregam a milícia do estrangeiro.

A confiança humanitária é ultrajada,

E reduzida ao desdém da influência.

Maculada na sua forma e denegada

À sutil e inconseqüente decadência.

Quisera que a dor não fosse em vão,

As nações cultuassem a fraternidade.

No mundo imperfeito da sublimação...

É utopia pensar na real possibilidade.

Que a força dos povos seja aliança...

Nos alcance sob a égide da verdade.

Pensando-se no amor e temperança,

Bons combustíveis para a felicidade.

Quão improvável, de fato, a ilusão,

Apenas o louco pensar se manifesta.

Na violência desmedida, imperfeição,

É a injustiça social que faz a festa.

Mas, se há uma desigualdade social...

E nesse chão, essa tal mediocridade.

Quem sabe, se a tendência natural

Despertasse o espírito de liberdade!

Sete Lagoas/MG, 13 de dezembro de 1987.