A Mais Pura Ilusão

A mais pura ilusão semeada ao chão.

Um chão socado, cansado e infértil.

Qual pedra no meio do oceano

Que dura permanece inerte,

Mas recebe a maresia fresca

Que vem do mar.

Tal qual é o amor que tenho por ti

Que jorra frescor em brisas.

Acariciando o seu coração

Com as mais macias mãos

Feito plumas ao vento

Pois tu não as vês nem as sentes

Pobre de ti

Que ao acaso te derrama feito sombra em minha vida

Pois não o terei mais como coisa real ou irreal

Jamais voltarei a vê-lo como coisa alguma

Quanto mais merecedor do amor

Que farto te dou

Ignoras um sonho.

Imprudente criança

Ao acordares não estarei mais em seu mundo

E enlutado chorarás

A perda irreparável do ser que te ama

E soma-te a tudo que é belo

Mas hoje chegou a tua hora final

Tarde demais

As pedras não amam

Não sofrem não tem sede nem fome

Afogadas ao mar

Aniquiladas ao sol

Não me importo em que estado estarás

Dentro em pouco

Sinto,

Me liberto de ti.

Lili Ribeiro