ilusão
Para disfarçar tudo o que sou
Vou preenchendo as entrelinhas
De palavras e segredos.
O mundo, pesa sobre mim
Numa torrente de lágrimas.
Lama negra que se arrasta
Para a reclusão dos sentidos.
Queria adormecer para sempre, a dor lancinante
Que me envolve
Que me atira para o abismo
Onde moram os fantasmas.
Não há rio, ou mar, ou chuva
Que lave esta magoa
De não ser dona de mim.
A realidade onde os meus passos recuam.
Um dia, o sol não nasceu
E os meus olhos, cegos de tantas estrelas
Adivinharam a ilusão.
Doce tristeza velada
Numa sepultura aberta
Onde me inventei, e me esqueci.