Ó Mente Minha

Ó mente minha, como és cruel!

Se sabes que habito na terra ainda

Por que me deixas tocar o céu?

Para quê molhar meus lábios com águas que jamais beberei?

Apieda-te e mata-me antes de sede

Para que eu não veja a fonte à qual jamais chegarei

Esqueço-me de quem a meu lado existe

Aguardo ansiosamente na janela a vinda daqueles

Que só tu, ó mente minha, n’algum dia viste

Tu me levas a solos cujos caminhos desconheço

Iludo-me de que possa estar acordada,

Mas quando abro meus olhos... ai como pereço!

Não estava ontem em meus braços o dono do meu pensamento?

Hoje quando o busco, o procuro,

Tu ris de mim.. fora tudo teu invento

Embriagam-me os sonhos: já não vivo apenas penso

Crio minhas próprias verdades e mentiras

Para que cubram este vazio imenso

Larissa Lopes
Enviado por Larissa Lopes em 15/05/2008
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