Canto de Outono



Arrebatados os cachos

As videiras condoídas

Agitam no ar valdevinos

Os braços desadornados

Esbulhadas melenas ruivas

Estremecem despenteadas

Longos dedos desprovidos

Secos de anéis e enliços

Fecham as queimadas parras

E as lágrimas decaem louras

Cobrindo os regos lidados.



Maria Petronilho