Em homenagem a luta de uma amiga muito especial na luta pelo amor de um certo homem que nunca soube reconhecer o seu valor e continua sozinho.
UM CERTO CAFÉ DA MANHÃ
Sandra Mamede
Num casa simples
Uma mesa mais simples ainda
Muita personalidade impregnada
Pelo jeito do seu dono.
Na mesa uma simples xícara de café
Dois sanduíches de queijo
Um copo de suco
Duas pessoas sentadas
Um ambiente ameno
Muita convicção dele
E muita tristeza nela.
Ele mal conversava
Homem calado, desconfiado...
Mas ela...ah! ela o olhava
De soslaio o observava
Sem que ele percebesse
Cabelos um pouco desalinhados
Longos e muito bem tratados
Dava a ele um certo charme
Ela não perdia nenhum detalhe
Do seu jeito, dos seus gestos
Vez por outra ele a olhava
Falava alguma coisa trivial
Ela então respondia
Fingindo ser tudo normal.
Lutava contra a vontade
De lhe falar o que estava sentindo
Pois para ela aquele momento
Era muito crucial Mas falar o quê?!
Ele já não sabia?!
Não percebera nos seus olhos
O grande amor que sentia?!
Preferiu calar-se, emudeceu
Não queria assustá-lo
Mostrar-lhe o quanto era amado
Pois ele não acostumado
Preza muito a sua liberdade
Não aceita ser cobrado.
Ela queria gritar, falar
Dizer que queria ficar
Mas ele muito decidido
Chamou um taxi e mandou-a ir-se
Ela chorando por dentro
Coração angustiado
Pediu-lhe uma única coisa
Um abraço bem apertado
E voltou ao seu passado
Deixando o seu amor presente.
- Quer que a acompanhe?!
Ele então lhe perguntou
Decidida disse: -“ Não!”
Pra que adiar a sua dor,
Ficando mais ao seu lado
O seu cheiro ali sentindo
Não ia ter mais coragem
De ir sem ele ao seu lado.
Entrou no taxi aos prantos
Ele de pé a olhava
Ela de cabeça baixa
Os olhos não levantava
Enquanto o carro partia
Suas lágrimas rolavam
Ele de pé, lá continuou
Olhando o carro que a levou
Nenhuma emoção mostrava
Ninguém sabe o que sentia.
Enquanto ela em agonia
Sem coragem de olhar
Viu o seu amor ficar.
Quem sabe...um dia talvez
Essa dor venha a cessar
De um grande amor que teve
E que com toda certeza
No coração irá guardar.