Despedida

Eu não sei como pode, o que leva, o que te move.

De começo, você me fez sentir como se eu tivesse 10 anos de idade.

Fiquei leve, alegre, borbulhante.

E quando menos percebi você começou a agir como se fosse uma criança.

É, sei que pra você fui apenas mais um no escore. Mais um ponto marcado, mais um coração machucado.

Sinto em dizer que nesse jogo nem você ganha. Perde tempo, cria karmas que não saem tão de repente.

Nesse extremo que sempre vivo não te odeio, nem te amo. Mas deixar de querer te é fisicamente incompatível com a situação.

Esses seus adjetivos e falta de apreço, me amargam e corroem os últimos traços de afagos de ti que guardei em meu bolso.

Não esquecerei entretanto dos falsos momentos que tivemos, dos beijos mal dados, das unhas mal cortadas, do seu cabelo bagunçado, daquelas noites vãs, das caricias que não tivemos.

Não deixarei de lembrar do depoimentos não enviados, das suas mentiradas descaradas. Não esquecerei da sua cara, que mesmo lavada era suja, mas eu agüentava.

Nem tem como deixar de lado os momentos que para mim representaram, mas para você era treino, jogada ensaiada.

Não tinha como esperar mais de você, no fundo sempre soube que andava em areia movediça, via sua infantilidade, mas ela me atraia... você querendo que eu fosse teu pai, acabou agindo como uma criança, nesse desespero por atenção acabou por arranhar parte crua minha, meu coração.

Fica então aqui o meu abraço, para que um dia possas senti-lo, mesmo que apenas mais uma vez, para que lembres do homem que esteve do teu lado, mesmo você estando distante.

Paixão repentina que tive, acabou mais rápido do que o previsto, mas o fim era conforme o esperado. Os espinhos machucam, mas os ferimentos se fecham.

Fica mesmo a dor e pena que você jamais terá a mim, e eu jamais serei alguém para você.

L Nissola
Enviado por L Nissola em 01/05/2008
Código do texto: T970281
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