LOUCURA A ÚLTIMA VIRTUDE

Entre a densa e íngreme

escuridão da minha alma,

sobrevive sozinha

a última de minhas virtudes.

Esta não me abandonou

como as demais

ao me tornar homem

ao me tornar monstro.

Muito pelo contrário

disse me que é lúcido sonhar

e é sonhando que se pode

a verdade encontrar.

Garantiu-me que o amor

não é uma farsa,

que a felicidade existe,

e que na vida tudo é possível,

basta desejar.

Encurralado entre medo e desespero,

idéias que se cruzam,

verdades que se auto-promovem.

Vivo não querendo acreditar

que a última de minhas virtudes

irá um dia me abandonar

quando as trevas se tornarem cinzas

e entre estas não mais se enxergar

meu triste,melancólico,e inquieto olhar.

Alfeu Luiz
Enviado por Alfeu Luiz em 26/04/2008
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