Pluralidade singular

Apresso-me e faço uma prece.

Não sei à quem,

Mas sei da minha fé

Na hora da dor.

Quem rezava de mãos postas,

Ajoelhado em clemência,

Agora vigia a decepção

Por ver-se singularmente abandonado,

Num mundo pluralizado de deuses.

Diversas verdades povoam os sóis;

Cada página sagrada,

De cada livro guardado,

Guarda aberrações supremas

Do criador do tempo.

Queimam nas chamas crepitantes

As vozes levantadas discordantes.

Expelem a descrença mística,

E a repulsa duradoura;

Que duvida a cada segundo,

A cada suspiro da lua,

Do delírio divino da luz!

Valter Pereira
Enviado por Valter Pereira em 21/04/2008
Código do texto: T956151
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