Desisto

Desisto! Não vou mais insistir,
Acabou as minhas forças, me dêem a forca.
Me deixe pular do penhasco, me afogar nesse mar, não quero me salvar, Acabou as minhas forças!
Não posso mais abrir o caderno e escrever sobre o amanhã, pois tudo é repetido e não rima.
Não há mais reticências na minha vida, só uma exclamação, que mais parece interrogação.
Por que eu continuo? Por que eu me sentencio assim?
Por que eu ainda brigo? ainda falo, ainda respiro. Por que? Nada vai mudar, já era, acabou minha paciência, minha conivência.
A ironia não me atrai mais, minha voz se recusa a sair, estou sem fome, sem sede, sem roupa, sem mim e sem ele, que nunca esteve ao meu lado de verdade.
Acabou, nada mudou e nem mudará e ainda assim vou me culpar amanhã de ter vivido sem viver e morrido antes do amanhecer das minhas esperanças e do meu filho que nem chegou a nascer para ver o meu sorriso e os meus seios.
É triste ser triste e o pior é não entender o porque das lágrimas, que não fazem mais do que molhar o rosto.
SHIRLEY CASTILHO
Enviado por SHIRLEY CASTILHO em 07/01/2006
Reeditado em 13/09/2008
Código do texto: T95545