Minha Poesia
Quando senti que as feridas eram muitas,
Que minhas decepções não eram nada...
Que o mundo caminha... Que tudo passa!
Apesar dos desencantos... Fiquei calada.
Decidi corajosamente de tudo desistir.
Nada arrancaria lágrimas do meu olhar.
Meu ramo verdejante era agora seco...
Estava fora do dicionário, o verbo chorar!
Sem mais entrega, sem mais esperança.
Sonhos vãos sem alegria... Sem melodia!
Palavras... Sem raízes... O vento leva!...
Só não leva meu delírio... Minha poesia!
E ainda que pisando em fogo ardente.
Ela segue altaneira, tem vida própria!
Sequer se dá conta da minha enorme
Revolta... Quiçá, para ela, imprópria!
Vai ela, assim, contando sobre os anjos,
Sobre a humanidade... Sobre amores...
Sobre a piedade... Sobre a bondade...
Enquanto fogem-me da face os rubores.
Enquanto que minha pobre alma desbota,
Esgueirando-se deste mundo frio, ingrato,
Perambulando pelos recantos de si mesma.
Foi desilusão demais para um peito incauto!
Mas se ainda assim... Ela ama e sonha,
Viverei dela... E para ela, todo o sempre!
Que ela diga tudo, Que ame... Que sonhe!
Viverei para ela... Por ela... Eternamente!
Mary Trujillo
14.04.2008
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