Nostalgia

Recordo-me do que não fiz

Sonho com o que não vou fazer

Lembro-me do que já quis

Vejo as coisas que não quero mais ter

Recordo-me do que já tive

E agora não tenho mais

Lembro-me de como vivi

E agora não posso jamais

Doce inocência casual

Tudo já foi colorido

Triste decadência atual

Nada é mais tão divertido

Uma simples bolha,

Virou fórmula matemática

Uma simples folha,

Virou segredo da gramática

Um simples sorriso,

Virou segundas intenções

Um simples aviso,

Virou motivo de discussões

Um simples amor,

Virou motivo de sofrer

Um simples fulgor,

Não é mais motivo para viver

Vivo em mundo uniforme

Onde o mundo aprendeu a se copiar

Vivo em um mundo que não dorme

Que mata para tentar se sustentar

Vivo em um mundo de paranóia

Vivo atrás de grades para sobreviver

Há belezas que ninguém olha

E há futilidades que se matam para ver

Vivo em um mundo de máquinas

Onde o mundo aprendeu a se afastar

Vivo em um mundo de lágrimas

Das quais não posso mais chorar