CEMITÉRIO DE POEMAS
Havia somente os ventos da saudade
Que envolviam os carvalhos e as folhas
Mortas pelo chão, o frio do começo do inverno
Era mais frio por causa das lágrimas rotas
Assim era meu coração em tempos idos
Morrendo nos versos que compôs
Num sofrer doentio de tanto te amar
Uma loucura em te ter, sem ter o teu amor
Primaveras não mais existiam em mim e
No inverno dos outonos soturnos meus.
Fiz do meu cantar um clamar profundo
Na agrura das despedidas e adeus.
Como um pária, um desalmado infeliz
Procurei este sítio como uma anátema.
Fiz um cemitério para este amor
E nele coloquei todos meus poemas...
Salvador, 04/04/2008
Barret.