COMO ÁGUA NO DESERTO

COMO ÁGUA NO DESERTO

Como água no deserto eu te busco

corro atrás do líquido da vida; procuro você.

Eu, andarilho do deserto, nômade perdido no horizonte;

então, como miragem, te vejo.

Ao longe, em uma dança do calor; e fico em dúvidas:

Será vc a silhueta do deserto?

Na dúvida, corro ao seu encontro e te busco

pois na minha ânsia, eu quero te sorver;

Te sorver como líquido da vida, sugar-te, sugar-te

e saciar a minha sede de beijar.

Quero sentir o teu frescor no meu corpo

me refrescando como um todo, me fazendo descansar.

Então, refaço as minhas forças e levanto a cabeça

e no meu devaneio de ilusão, ouço tua vóz.

Suave, penetrante, gostosa de ouvir- tão bela como as rosas de Sarom

Aí, te sorvo novamente num enrolar e entrelaçar de línguas

e te olho nos olhos suplicantes de amor

num chora-não-chora, ri-não-ri; pensas, penso.

Tens medo da realidade do porvir!