Eco do Desejo Enclausurado
Sou hoje, como fui sempre
Um eco de mim, perdida
Sou minha incógnita inocente
Ávida por ser resolvida
Sou uma pluma multicor
Sob o peso da queda aveludada
Sentindo a pressão do amor
E o medo de provar dor pesada
O que vejo hoje em mim, inalterado
É a falta do que posso ser, aflita
É a fúria de todo um potencial abafado
Encurralado por uma alma ferida
Sou o talvez de uma angústia
A de nunca ser libertada
Nunca ser compreendida
Nunca de mim ser salva
Sou um eco de mim mesma
Do desejo que nunca foi concretizado
E por vezes me conforto, indefesa
Que estou como devia estar, neste lado
Lado este . . . presa no mundo do eco
E que talvez em algum oposto lugar
Eu realmente exista, neste mundo incerto
E eu talvez possa me realizar