Poema do meu abatimento
Hoje escrevo um poema triste
Que nasce no âmago da minha mágoa
Revejo-me nas folhas moribundas que caem
e jazem pelas alcantiladas
Soltas do sonho que já se despegou delas.
A brisa esvoaça silenciosa mas arrasta-as levemente
para não ofender os restos do sonho que se vai perdendo
na amargura dessa tristeza que súplica silencio.
Envoltos nas vestes ensombradas saídas de sombras
como silhuetas esvoaçantes, vão os pedaços
sofridos do sonho que se desfez.
Hoje escrevo o que a minha alma me ordena.
E dói porque com ela vai amor, desilusão, espanto e temor.
Gelada e fria quero-me embuçada
para que não descubram que o sonho foi meu e se perdeu.
Por sobre mim o céu, com o seu véu diáfano
onde as almas torturadas se encobrem.
Tremula sinto a brisa a passar por mim
e na água adormecida, de repente acordada
passará a agitar-se o que perdi para mais à frente ser enterrada na terra húmida sempre aberta a agasalhos da vida.
O meu sonho que me fez sorrir, agora está a amortalhar-me.
Poderá parecer que estou serena? Não! Estou apenas calada.
De T,ta
27-03-08