DECRETO DE UM FINAL
113 - DECRETO DE UM FINAL
DE: MARCELO GUIDO
EM: 10.FEV.2000 ÀS 05:45:08h
P/: ANDRÉA OLIVEIRA
EM: CAMANDUCAIA/MG
HISTÓRICO: Regressei de Montevidéu com quatro taças e sem uma definição ou mesmo perspectiva para meu futuro sentimental. Fui crucialmente ferido por meu próprio instrumento de sobrevivência: o amor. Após a fase Andy ficou difícil crer que o Nobre Sentimento fosse condolente comigo algum dia, pois, se esse mesmo já testemunhou todos os meus anseios e poemas de densa paixão e não colaborou, fica a impressão de que a solidão far-se-á minha companheira pela eternidade. Patrícia, Luciana e Andréa: Uma quase foi minha, outra nem de longe e a última me causou mais dor que qualquer outra sensação pelo fato de ser definitivamente mais penoso me acostumar com uma situação de seca após conhecer tanta abundância... Onde errei será o enigma para a geração dos meus filhos, sobrinhos ou netos. Digo, pois, que sou incompetente para me avaliar como o senhor do meu destino. E ninguém jamais poderá afirmar que eu não fui um gladiador em busca do meu sonho maior... Ninguém mesmo!
O Senhor Destino, no exercício pleno de suas atribuições, introduz ao Sucessor de HERNANI SANCHES VAN LYRA o seguinte decreto que dispõe sobre o final derradeiro de todos os seus sonhos e o conseqüente princípio da decadência total do Sagrado Lírio Vermelho de Madrid. Revogadas todas as disposições em contrário, este presente decreto entrará em vigor na data de sua promulgação.
Camanducaia/MG - Brasil, em 10 de fevereiro de 2000.
A vida faz sua meta
Mostra sua seta
Cedendo sonhos, recriando o nada
Sem expressar a direção de sua estrada...
Caminhando na linha do horizonte
Rumo ao longínquo monte
Pressentindo na alma algo singelo
Que constituirá a divisória de um derradeiro elo...
No íntimo da essência
Destruindo bons sentimentos
Demonstrando a fragilidade de uma inocente e decadente evidência...
Que surge para levar um poeta embora
Presenteando-o com lágrimas, com a sina de seu tormento
Para, sarcástica, ver seu coração sangrar do sinistro modo que, irônica, mais adora...