A DOR DE UM FRACASSO

034 - A DOR DE UM FRACASSO

DE: MARCELO GUIDO

EM: 15.MAI. 1998 ÀS 04:35: 46H

P/: PATRÍCIA ARAÚJO

EM: CAMANDUCAIA/MG

HISTÓRICO: Num dos dias mais difíceis de minha vida, envolto por uma sexta-feira nebulosa e doravante escura, vi-me entre a cruz e a espada: Cecília, meu antigo amor, abatida e triste necessitando de um grande amigo e eu sentindo que lhe devia isso, fi-lo com a mais esplêndida devoção. Mas havia a Patty que, pela única vez em sua vida, demonstrou que me amava e ficou magoada com todo este fato. Percebi, então, que o fator prejudicial ao nosso relacionamento não estava em nós dois, como jamais esteve. Confesso que surgiu a euforia que, em seguida, cedeu espaço à profunda depressão: Pressenti, de antemão minha derrota, e sabia que seria questão de dias ou meses para que essa se consolidasse. E, para meu desespero, ela surgiu e me feriu de forma fatal e irreversível.

A dor que se instalou no meu peito

É insano castigo da mais cruel tristeza

Que destrói qualquer pretensão

E me aniquila por completo...

Impotente estou perante a desilusão

Vendo a mágoa impedir minha reação

E, então, minhas lágrimas correm solitárias e discretas

Transmitindo a penúria deste meu estado

Ciente de que um homem quando ama uma mulher

Chora...

E o faz com todo seu oculto sentimento...

Não mais sou o caçador do amor

Estando, agora, perdido em convicções

Sofrendo em certezas

Que são postas, constantemente, em dúvidas...

Meu coração, já muito enfraquecido

Torna-se incapaz de provar

O quão real é o sentimento que se aloja em meu ser

Restando apenas o dom da poesia

Que não se cansa em afirmar a solidez deste meu descontento...

Esgotou-se, há pouco, a aurora do meu sonho

Sinto os efeitos do fracasso

Ficando sem ação

Jurando, tolamente, jamais amar outra vez

Guardando na alma seu nome

Que se torna cada vez mais longínquo

Mas que ainda conforta meu viver

Quando me recordo do seu infinito percurso de verdade e tenra magia...