DESISTO

Desisto! Foi-se de vez a minha calma...

Meu sofrido coração já não resiste

a mais um sofrimento a me sugar a alma!

Desisto! Abraça a dor que inda te assiste...

Na luta desigual, tua paixão se espalma

por teu mundo que numa ilusão persiste...

Adormeças na quimera, feliz, sem trauma!

Vá. Siga em frente! Quem sonha não desiste...

Mas eu? Ah! pobre vate! Eu desisto sim...

Nada mais nesta vida há de fazer de mim

um menestrel de dor e de insanidade!

Desisto! Foi-se de vez a inconseqüência....

Chega de tocar na orquestra sem regência

e me perder nas notas soltas da saudade!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 28/12/2005
Código do texto: T91486
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