Quase Nada
Vivia o pobre poeta a desejar
a mais bela rima do universo
E embora a procurasse até cansar
Não pode acha-la, o fado era adverso
Quis imitar as aves a cantar
fazendo um retornelo para o verso
tentou plagiar a voz do velho mar
tentou reter da lira o som disperso...
ele buscou mil cores, sons, perfumes
dos baixos areiais aos altos cumes
da estrela que reluz, ao malmequer
Em vão buscou a musa indiferente
negou-lhe a inspiração deu-lhe somente
Um quase nada_ um nome de mulher!