NOITES ETERNAS
Noites tristes que chegavam à rua
Trazendo o desencanto e o pranto
Do céu escuro sem brilho da lua
Que, escondida, não mostrava seu encanto
Noites que deixavam nos corações
As dores de falsos amores
Que partiam matando todas as ilusões
Deixando mágoas e desamores
Noites que antecipavam o juízo
Trazendo o inferno e o viver eterno
Noites que escondiam um sorriso
Frias noites de um triste inverno
Noites silenciosas dos poetas
Que aflitos faziam versos bonitos
Noites barulhentas dos profetas
Que reagiam ressuscitando os mitos
Noites das longas caminhadas
Irmãs do medo dos amanhãs
Noites que antecedem as madrugadas
Noites cheias de afãs
Noites dos bêbados, dos mendigos, dos miseráveis
Noites que amam o invisível
Noites que fazem dos homens viajantes
Na eterna procura da felicidade
Noites do meu destino
Noites da minha morte
Noites eternas!