O exilado de Capela

Sou a sombra de um passado que nunca existiu

Sou o maldito, o amaldiçoado

Pervertido, desgraçado, miserável

Sou sangue negro, poluído, sou o morto que não foi enterrado

O exilado de Capela

A criatura imprestável, a cidade em ruínas

A sou a criança que é devorada pelos lobos de Deus

Não sei...

Realmente digo que não sei o que faço aqui

Não há lugar, nem qualquer realidade

A não ser a infeliz e cruel verdade que recai sobre minha existência

Sou um grito desesperado de dor que ninguém ouve

Eu sangro... Interminavelmente

E cada dia que passa é um século no inferno

Sou o maldito, o amaldiçoado

O desafortunado condenado

Um prisioneiro da milha verde aguardando somente seu último dia com anseio

Desejando sua alforria em seu último suspiro

Liberdade...

Para enfim, retornar para casa...

Ou vagar para a eternidade do nada

Não sei...

Mas não importa o que vem depois da carne

O que interessa é chegar ao fim dessa penosa estrada

Chega de gritos desesperados de dor silenciosa

Chega de tudo

Sou a sombra de um passado que nunca existiu

Sou apenas... Vazio.

Jaguar SS
Enviado por Jaguar SS em 10/03/2008
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