Senhoras e Senhores
Carece o ego daquele que olha
Dê dar a sentença daquilo que vê
Mostrar a si mesmo que pode
Classificar tudo aquilo que pensa entender.
Aquilo que com desdém ele chama
Pode um dia ele estar a mercê
De alguma maneira ele sente
Que é perigoso fazer-lhe sofrer
Quando enfim encontra beleza
Não se contenta e prevê
Que tudo que ele têm em mente
Não é maior do que aquilo que acaba de ver
Já confuso, não basta mais ver
Provar é o quer, para poder descrever
A sensação de poder quando chega ao prazer
E assim confirmar o que pensa entender.
Cega-se aquilo que chamam de belo
Perde-se algo que poderia existir
Não a nada que o satisfaça
A não ser o que querem que faça
Engana-se por achar que pode evitar
O tempo não há como parar
Só resta esconder aquilo que há
Para manter tudo como está
Sempre há algo escondido
Mas tem medo de compartilhar
Não consegue encontrar alguém para mostrar
Aquilo que se encanta sem precisar olhar
Aquele que não vê em si
O reflexo dos espelhos
Que muitos queriam poder refletir
Encontra aquilo que poucos podem achar
Para poder ser feliz.
Aquele que com o coração vê
E seu olhar não o faz se perder
Descobre o que há de mais belo
Em tudo que parece não ser.
Sem querer muito, cresce
E assim faz-se um ser
Com um pouco de todos
Que por ele passam sem ao menos saber:
Que não se engana aquele que não vê.