Espelhos Estilhaçados...
Escravo torturado...
Profundas cicatrizes... (elas jamais param de sangrar).
Espelhos estilhaçados...
Alma perdida, estraçalhada, insana, inútil... Volátil.
Grito desesperado do Demônio...
Eco sombrio das noites descartadas (descartadas como eu).
Mãos trêmulas...
Fortes dores de cabeça...
A coreografia aclamada pelo meu vício.
Entorpecido para caminhar durante o dia...
Entorpecido para não sonhar durante a noite...
Escrevendo para não enlouquecer durante a vida...
Jogando imagens de sentimentos distorcidos em telas brancas.
Morrendo aos poucos...
A cada respiração...
A cada piscar de olhos...
Tudo sendo incinerado e borrado em cinzas, em fuligem, em fumaça.
Seguindo em círculos preso a pesadas correntes...
Sem lágrimas...
Sem esperanças...
Sem mais lamentações.
Mas escravos não podem lamentar...
Não podem ter esperanças... Nem lágrimas.
Escravos só podem ter cicatrizes...
E elas jamais param de sangrar.