MASMORRAS

MASMORRAS

Jorge Linhaça

Dilui-se o tempo, derretem-se as horas.

lembranças carregadas de sofrimento...

O rosto sofrido nas grades da masmorra...

Na mente: a inquietação do momento.

Choram os sinos, repicam minha solidão!

Os ventos sopram, nos meus ouvidos, murmúrios...

Na minha memória as sombras d'uma paixão!

Na escuridão, o peso de meus augúrios.

Masmorras que assim me consomem o pranto;

grades entrelaçadas, neste meu coração.

Minhas lamúrias entoando o meu canto...

Nos cantos frios e húmidos de minha prisão.

Sou réu confesso, não lhes cause isto espanto:

Espero alforria, pra viver minha paixão.