FOI UM ENGANO

Foram meses de conversa enganadora. Muitas promessas muitos elogios até que um encontro aconteceu. A primeira vista tudo parecia normal. Boa conversa e cerveja em uma mesa de bar. ”a primeira impressão é a que fica” é o que diz o ditado. Ele numa simpatia enorme, ela apreensiva, cautelosa. Bebida vai vem. Ele dizia que ele era aquilo mesmo que ela estava vendo. Ela deduziu então que ele era verdadeiro. Tinha que acreditar, afinal o bom não trás estrela na testa, pelo menos até que prove o contrário. Um amigo dele também fazia parte desse cenário. Parecia uma pessoa legal. Pelo menos atinha valores que ela aprovava. Mas a bebida a fez ficar mais solta, mais leve e assim ela e Wal foram parar num lugar ideal só para dois. A noção da realidade perdeu-se ao vento para mel. Apenas pequenos reflexos passaram em sua mente que se entregou por completo. Pois não sabia o que estava acontecendo. Ela sentiu violada, porque mesmo ao efeito a droga da bebida ela sentia que algo não fazia parte dos seus valores que preservou a vida toda. Talvez pudesse até acontecer, mas teria que ser de uma forma consciente plena. Mas não foi assim. Ela aceitou tudo inconscientemente. Não foi capaz de sentir prazer, dor e nem mesmo raiva. Depois que passou o episódio, horas depois é que a real bateu forte como um chicote no lombo de um animal. Ele realmente parecia que tinha ao lado dele um animal feroz e não um ser humano com sentimento que buscava algo puro como o coração dela era até aquele momento de martírio. Os dias sucedidos foram atormentados. Em cada mil pensamentos, novecentos e noventa nove é essa história que atormenta forte e implacável como uma praga de gafanhotos, como uma enchente com raios e trovões. Como uma facada que mata aos poucos, como o sol e a lua se chocasse numa explosão. É assim que está se sentindo. Uma inútil, um nada. O coração dela está vazio. Trancou e jogou a chave fora. Nenhum sentimento como o amor habitará esse universo que é o coração, e que um dia acreditava na humanidade. Mas hoje a escuridão reinou juntamente com a as trevas. ”Ela está morta”

Marli Caldeira Melris
Enviado por Marli Caldeira Melris em 27/02/2008
Reeditado em 24/01/2011
Código do texto: T878502
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