O FRUTO AMARGO DA DOR

sóbrio eu estou

mas o quê sobrou?

da minha juventude.

a têmpra da saúde

que me prolonga a vida

não sei donde vim

tudo tem começo e fim

se tem entrada, tem saída

minha estrada é tortuosa

a sina caprichosa

de pisar em pedregulhos

atolando meus pés em entúlhos

no lamaçal da existência.

o fruto amargo da dor

ferve o sangue ao torpor

de uma temível eminência

até parece um guizo

a corda bamba que eu pizo

é quase como o fio da faca

a minha estrutura é fraca

e amargo é o gosto das ervas

minha vida é sem luz

por favor meu jesus

salve-me das trevas.

vainer de ávila (em 18/02/2008

Vainer de AVILA
Enviado por Vainer de AVILA em 22/02/2008
Código do texto: T871047
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